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natura corporum.

Esse trabalho nasce do corpo da natureza, da sua pele rugosa, dos seus silêncios, da luz que escorre entre folhas e se deita sobre troncos. Pinto como quem escuta. Como quem respira. Através do gesto e da cor, procuro reler o mundo natural que me atravessa e me contém. Cada forma que emerge na tela é um eco: de um céu antigo, de um mar íntimo, de uma árvore que sonha.

 

Sou do Rio de Janeiro, onde nasci cercado por uma natureza indomável. Mas foi em Braga que decidi reenraizar o meu percurso. Aqui, reencontrei na pintura o meu verdadeiro lugar. Depois de décadas entre a arquitetura, o design, a cenografia e a decoração de interiores, entreguei-me por inteiro à arte como necessidade vital, como uma forma de habitar o tempo e de tocar o invisível.

 

A série Natura Corporum é fruto desse enraizamento. Ao observar os troncos das árvores, vi neles não apenas madeira, mas mapas. Vi as camadas do tempo, as texturas do cosmos, os reflexos do céu. Trabalhei com a verticalidade como quem ergue altares, e escolhi o acrílico pela sua urgência, uma matéria veloz, quase pulsante, que me permite acompanhar o sopro da criação.

© 2025 · Carlos A. Motta · Visual artist

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